Rodrigo Maia, presidente da Câmara, criticou novamente a criação de um imposto digital, que segue o formato da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Paulo Guedes, ministro da Economia, vem cogitando essa ideia nas últimas semanas. De acordo com Maia, “não existe esse debate de imposto digital” fora do Brasil.

O presidente da Câmara pediu também que o governo envie uma proposta concreta para que o Congresso Nacional faça uma avaliação sobre o tema. “Se o imposto é diferente do que a gente conhece, seria bom o governo apresentar a redação dessa proposta. Paulo [Guedes] diz que não é CPMF e que não é correto falar isso. Se o ministro diz isso, é bom ele apresentar a proposta, mandar uma PEC oficial para discutir a matéria”, disse.

Guedes já criticou quem se mostra contra o novo imposto digital e afirmou que era “ignorância” chamá-lo de “nova CPMF”. De acordo com ele, esse novo imposto serviria para financiar o Renda Brasil, que ainda não foi oficializado. “O Paulo Guedes diz que não tem aumento de carga tributária. Se o dinheiro for para financiar o Renda Brasil tem aumento de carga tributária”, explicou Rodrigo Maia.

Maia também garante que será contra a criação desse novo imposto. “Eu vou trabalhar contra, já disse. Vou trabalhar para que ela seja inclusive derrotada já na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) para que o Brasil não entre nesse pesadelo de criar um imposto a cada crise”, afirmou. “amos olhar o que deu certo no mundo. Eu respeito que o Paulo Guedes disse que não é uma nova CPMF, mas enquanto não tiver proposta eu vou continuar achando que é CPMF”.

De acordo com Maia, o Brasil não deve repetir moldes que já não deram certo e foram extintos no passado.